...
Sinto tantas vezes que não marcho ao mesmo ritmo
E não marcho na mesma direção que o resto das tropas
Como um desalinhado...

João Miguel, O Pássaro do Sul

24/08/2009

Mãos

Sou as mãos mortas
batidas sem cesso contra o vazio
deste lugar que massacro
na ansia de ti

Sou estas mãos surdas
corrompidas, riscadas
exangues do vinho
que corre em ti

Sou mais mãos
que as mão dadas, vistas
mãos multiplicadas
fecundas, nascidas
prematuras, velhas
impacientes feridas
pela vontade sem fruto
que tenho de ti

João Miguel, O Pássaro do Sul

2 comentários:

Anónimo disse...

Tuas mãos de homem constroem estruturas firmes, porque só sabem trabalhar sobre os alicerces da verdade.
É dos teus dedos que saem os fios de tear o tempo, nessa teia de ânsias que sabe findará com um agora para sempre.
São as linhas da tua mão que sigo como peregrina a caminho de um destino nelas transcrito.
Teus dedos são apontadores de tudo que se precisa ver, dentro e fora, deixando impressões digitais indeléveis.
E quando estendes tuas mãos de menino, que cabem inteiras dentro do meu instinto de amor protetor, que as minhas mãos são só afagos.

Amo as tuas mãos...
São elas que moldam, em atitudes, tudo que sei que seremos...
E de mãos dadas, numa praia, um dia isso tudo haveremos de ler.

De mãos estendidas... a ti.

t3resopolis disse...

mãos.. o que nos mostram
não nos deixa esconder, elas são
apenas a nossa identidade
como pessoas, como gente

mãos.. que mostram afectos, que acusam que juntas fazem um mundo

o teu.

lindo.. pássaro saio para te aplaudir.

abraço amigo



v.w. bangodd .. só pode!