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Sinto tantas vezes que não marcho ao mesmo ritmo
E não marcho na mesma direção que o resto das tropas
Como um desalinhado...

João Miguel, O Pássaro do Sul

13/05/2012

Só acredito na beleza que o cego vê.


Tenho um cansaço mais que grande da falta de bom uso dos conceitos e palavras.
E tenho no que se refere a movimentos estéticos, alguma aversão.
Principalmente porque na discussão sobre o belo e a estética, muitos esquecerem a palavra atraente.
O que se procura na maioria dos casos é uma conjugação atraente das palavras, das sonoridades, uma engenharia das letras e sons, que esquece de todo um conteúdo, seja ele até a expressão imagética de estados metafísicos. Muitos escrevem para atrair, para causar efeito, para que seja apelidada de bela a sua escrita.
Creio eu que fruto da época em que vivemos, onde a imagem é tão importante e a essência, conteúdo deixados de lado, desprezados. Tudo isto acontecendo com o apoio dos censores intelecto-culturais que lançam na praça padrões que levam os jovens desta era, com carácter e personalidade em criação ou muito vulneráveis, a expressarem-se de modo muito uniformizado, estereotipado.

Ora para mim, o atraente, nem sempre é belo. Creio que o belo, a beleza seja algo tão forte que emane de dentro para fora, mesmo sem nos atrair à primeira vista. A beleza é original.
Acredito também que será o futuro, sempre ele, o melhor juiz, e que para a posteridade ficará o que resistir, o que valer a pena, o verdadeiramente belo, completamente belo, genuinamente belo.
Eu, só acredito na beleza que o cego vê...

João Miguel, O Pássaro do Sul

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