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Sinto tantas vezes que não marcho ao mesmo ritmo
E não marcho na mesma direção que o resto das tropas
Como um desalinhado...

João Miguel, O Pássaro do Sul

22/11/2009

Espiritualidade


Religião é como tantas outras palavras uma invenção. Um nome dado a um conceito.
E a origem etimologica dela (A palavra portuguesa religião deriva da palavra latina religio... ...religio referia-se a um estilo de comportamento marcado pela rigidez e pela precisão... fonte Wikipédia) leva-me a pensar, que na sua origem, um ser humano mais inteligente, sentindo a espiritualidade existente em nós, criou uma conduta, a religião, que serviu no fundo como primeiras regras, códigos de conduta, ética...
Sinto que foi uma necessidade, nos primórdios da humanidade, de criar condições para se poder viver em comunhão, em sociedade.
Mas o ponto fulcral no meu pensamento, está aí mesmo, tudo que foi criado, inventado pela humanidade, foi na intenção de suprir necessidades, de estabelecer regras, separações, diferenças. Existindo a necessidade premente de poder explicar o que na altura, não tinha explicação, de dar um fio de conduta a quem se sentia desorientado, o conceito religioso, nasceu fundado na espiritualidade que nos é inerente, pelo menos na maioria.
No entanto, foram ao longo dos tempos, nascendo novas religiões, umas vezes "filhas" de outras já existentes, outras em conflito, com todo um modo de pensar circundante, mas se nasceram, foram-no tambem para suprir alguma necessidade.
De qualquer modo, sabemos que algumas delas se fundamentam em dogmas, e acreditar sem ter uma explicação lógica é algo que só é possivel, sentindo e descobrindo dentro de nós ou por pura estupidez, sem pensar sequer ou por em discussão.
A estupidez, já levou e continua a levar a inumeros conflitos. Em nome da religião, morreram e morrem seres humanos, foram criados e continuam a existir inumeros preconceitos, baseados em livros e leis, circunstanciais, escritos fruto da sua época, que embora de grande interesse historico, agora perdem sentido. Percebo por isso o crescendo do Ateismo, dos agnóstico e cépticos. O avanço da ciencia, da tecnologia, foi dando resposta a muitas perguntas, a comunicação, a transmissão de dados à distancia em segundos pòs em campo uma discussão universal, a informação é enorme. Hoje em dia, quem tenha acesso a um minimo de informação, poderá viver a sua espiritualidade, de forma consciente e sem dogmas impostos. Sim, porque acredito e sinto, que mesmo os por assim dizer ateus, têm no intimo um sentir espiritual, a sua centelha do divino, lá dentro. Porque cada um deve descobrir a "sua" forma de sentir, perceber, acreditar. Respeitando os outros.
Eu acredito em Deus, com fé, a minha, à minha maneira. E respeito a vossa. A de cada um de vós...

João Miguel, O Pássaro do Sul

3 comentários:

Anónimo disse...

Miguel,

Muito bem colocada tua explicação da necessidade da religião, dos "regimentos" doutrinários, mas em dada(s) época(s).
Hoje, no entanto, tanto dela(s) virou senso comum, além de formas de mero domínio. E não entendo como tantos ainda se atrelam ao que já se encontra ultrapassado diante do vasto campo filosófico que hoje nos possibilita "pensar".
É como se o pensamento humano evoluísse e a religião estancasse.
Basta imaginar o que uma mulher sabedora da história da sua condição, da luta do seu gênero para ganhar valor e respeito, tem de ouvir diante de um altar com cerimônia celebrada por padres ou pastores "fiéis" às escrituras sagradas. É um horror! A submissão feminina impressa na Bíblia. A soberania masculina sempre claramente imposta.

Como se pode adotar dadas religiões quando se sabe que em nome delas se praticaram e praticam inconcebíveis atos de "desamor" que deixariam perplexos Cristo, Maomé, Moisés...

Penso que a experiência individual, pessoal com o que consideramos sagrado, deva ser uma procura muito nossa, nunca um ato condicionado.
E é justamente isto que difere a espiritualidade da religião: o condicionamento.

Eu não acredito em nada em que não me permita um questionar, um refletir, um pensar constante.
Não quero obter respostas sempre, mas quero poder fazer perguntas sem que me deem verdades absolutas como respostas.

Então, também me visto com a transparência da minha visão espiritualizada que escolhi, colhendo do que acho seja permeado da Lei maior: o amor e o olhar sobre o outro.

Amo-te no teu pensar, no teu ser, na tua fé, na nossa liberdade de sermos nós.
E como tu dizes, somos o único "dogma" um do outro.

Orgulho-me tanto de seres assim, meu pensador lindo.

Anónimo disse...

Meu caro Miguel,

falar sobre religião é sempre complexo, quando vemos que em todo o mundo a religião além de várias crenças tem também vários pontos de vista e interpretações dentro de cada crença! Desde os mais moderados, passando pelos ortodoxos até aos fanáticos vemos que as diferentes religiões podem trazer várias consequências desde a compreensão e o amor até ao ódio ao ponto de se eliminar o radicalmente contra! Mas muito mais foi já dito pela comentante anterior Kanauã Kaluanã, e termino só com esta observação, se todos fizessemos como Jesus nos ensinou, talvez este mundo fosse de paz, amor e compreensão entre todos os seres da terra!

Aquele abraço

Paulo C.

Unknown disse...

A religião, Deus ou Jesus Cristo está dentro de cada um de nós.
Estamos num mundo onde as pessoas são livres de querer...
Não importa o que cada um escolhe para si, importa sim o fazermos o melhor que sabemos ou podemos pelo próximo.
Religião é isso, independentemente do nome ou filial.
Deus é paz, amor, longanimidade, benignidade.
Deus é tudo o que é positivo e logo da luz.
Um abraço.