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Sinto tantas vezes que não marcho ao mesmo ritmo
E não marcho na mesma direção que o resto das tropas
Como um desalinhado...

João Miguel, O Pássaro do Sul

24/05/2012

Amizades

Costumo dizer, e sentir, que sou alguém muito afortunado naquilo que de mais rico possa existir, os afectos.
A Amizade. Não pela quantidade, não acredito que se tenha muitos amigos, pelo menos verdadeiros, mas pela qualidade. Cresci criando um circulo de amigos, em que pelo diálogo, todos se ajudavam a crescer. Onde ninguém se tratava como flor de estufa, onde quando um se sentia mal com algo que outro fazia, não tinha o menor problema em gritá-lo na cara do outro, cresciam todos. Crescemos todos. Somos amigos de pedra e cal. E esse sentimento que tenho, do sopro da deusa vendada, continuou, tendo continuado a conhecer pessoas que são assim e entendem as relações de amizade desse modo. Amizade sem sexos, cores, status, crenças, línguas,  idade...

Não entendo por isso, quem veja uma relação de amizade que não funcione em igualdade nos dois sentidos, sabendo das diferenças que possam haver, mas sem cobrar, ou achar-se de cristal. Para mim é inimaginável que um amigo possa pensar que por ele defender algo com que não concordo, eu não possa criticar o que ele pensa e/ou defende, não imagino que um amigo meu, não ataque um erro meu, por eu ser seu amigo, porque é o erro que é desmascarado, não eu, Eu e ele crescemos. Não imagino alguém ser amigo, fazendo algo e depois cobrando ou imaginando que porque o fez eu deixarei de ser quem sou, para não tocar o seu brilho, isso é falsidade. E depois existe aquela falta de senso auto critico, que imagina que se for em relação a ele, se lhe deve informar possíveis problemas (saúde, preocupações...) mas se for os dele, se lhe deva perguntar...
Irracional...

João Miguel, O Pássaro do Sul

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