Assalta-me este cansaço das ideias com o mesmo rosto, todos os dias.
Este Estio que tudo secou, a Invernia que congela o sangue das palavras.
Sinto a vontade de ser, partir, malas aviadas em direcção à pergunta.
Não quero a resposta, são sempre as mesmas, quero a pergunta,
que como chuva de unhas nas minhas costas, me desperte.
Penso até o horizonte me trazer num prato
o sol poente aos olhos incendiados de sangue
e só me resgata o teu braço que grita:
- Vida!
João Miguel, O Pássaro do Sul
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